“Do alto dessas pirâmides 40 séculos vos contemplam”.
Terá dito Napoleão aos seus soldados, antes da Batalha das Pirâmides. E portanto lá ficaram entretidos, esses vetustos sólidos platónicos, a contemplar enquanto os cavaleiros mamelucos eram desfeitos pela artilharia francesa.
Mais de 224 anos depois, um português tem que passar 5 dias no Cairo, nos escritórios de um consultor.
Primeira dica: Se tiverem que viajar de Jidá para o Cairo, de avião, vale a pena investir (...)
Li em tempos que o desenho da torre Faisaliah era inspirado na tão tradicional “ball pen”. Daí a famoso bordão promocional da mui afamada Bic me assaltar o pensamento quando a vejo. Foi presença de muitas manhãs no meu caminho para o escritório. Mas acho que nunca fomos íntimos. Sempre teve o seu que de princesa, alguém que entra na sala, avalia a concorrência e não sente ameaças ao seu protagonismo. Já não é a rainha do horizonte na capital mas mantém a altivez de quem (...)
E aprecia-se a paisagem.
O meio é o lazer. Riade está no meio do deserto, são mais dados ao campismo (mas fora de parques, não são selvagens). Daí que, em Jidá, naturalmente, a coisa se incline mais para as actividades náuticas.
Há passeios de barco, mergulho, motas de água e afins.
E praias? Meh.
Há duas hipóteses, ou pagas (frequentemente associadas a hotéis, tipo resort) ou de livre acesso. Em nenhum dos casos há extenso areal, e esplanada onde beber imperiais a ver (...)
Em 23 de Setembro de 1932, aconteceu um processo de "rebranding" do Reino. De "Kingdom of Nejd and Hejaz" para o nosso contemporâneo "Kingdom of Saudi Arabia". Todos os anos o dia é celebrado por todo o reino com múltiplos eventos. Este foi o primeiro ano que não estive em Riyadh durante as celebrações. Desta vez assisti às acrobacias dos "Green Hawk's" na Corniche de Khobar. E devo dizer que não desgostei.
Jidá, a segunda cidade do reino, pérola do Mar Vermelho, está para o Reino como o Porto para Lisboa, mais liberal, mais trabalhadora, com mais pontes (agora estou a exagerar, que aqui também não há rio, portanto nada de pontes nem barcos rabelos a trazer vinho para caves). Há algum tempo que me apetecia mudar para lá, sempre é mais arejado. Acabou por acontecer, pelo que, mais uma vez, enfiei toda a bagagem numa viatura e atravessei o país. Mudanças não são para acumuladores, (...)
O ano era 2020… O mês era Setembro… E nada de especial de aconteceu. Aconteceu apenas que ao navegar pelas minhas fotografias me apercebi que na primeira quinzena de Setembro do dito ano, fiz uma recolha diária de fotografias das quais escolhi uma para para publicar por dia. Assim uma espécie de exercício criativo para quem aspira a voos maiores na arte… Mas no final aconteceram apenas 14 dias…
No regresso de férias, viajei para Riade via Casablanca, e a Royal Air Maroc faz questão de nos transportar a rigor. O autocarro afasta-se do Terminal 1 do aeroporto Humberto Delgado, vai passando por Airbus e Boeings e, já quase em Camarate, imobiliza-se junto a um bimotor. Sim, com hélice. Parece mesmo o que trouxe Ilsa e Viktor Laszlo, no sentido oposto.
Eu sei, não é o mesmo, mas parece.
É dia, e está céu limpo. Ilsa e Viktor fogem dos nazis, Lisboa é a escala que os (...)
Não será de certo a publicação que vai mostrar algo de novo da vida na península Árabe. Mas o carro é certamente uma necessidade básica da vida nestas paragens. E sem nenhuma razão que o justifique, misturei duas coisas que gosto bastante nesta pequena selecção de imagens. Apenas fragmentos da rotina automóvel.
Emigrar para sítios onde não se fala a nossa língua é sempre um desafio. Em países do Médio Oriente, o inglês estabeleceu-se como língua de trabalho, pelo que uma pessoa consegue safar-se sem saber falar árabe. No caso dos escoceses, até se safam sem saber falar inglês.
Um país com tanta imigração torna-se uma torre de Babel, além do árabe e inglês, também há muito urdu, hindi, tagalo…
Ainda assim, seria de esperar que, ao fim de sete anos aqui, já soubesse falar (...)
Algo diferente para hoje. Porque a vida de um “expatriado” é mais do que apenas o trabalho e as paisagens mais ou menos exóticas. Viver longe de casa também é criar outras famílias (e não estou a falar do espírito marinheiro de novas famílias a cada porto). Na sequência do recente aniversário do nosso Editor chefe, a verdadeira “raison d’être” deste mesmo blog, partilho com vós o nosso excelso Miguel Outeiro. Senhor de um humor do mais fino recorte que tão bem (...)