Sempre dependi da bondade de estranhos
Os árabes são uma jóia de moços, quando não estão a conduzir uma viatura (autolink).
Corrijo, por vezes até ao volante de uma viatura são uma simpatia (mais um autolink).
Mais recentemente, num supermercado local, calhou precisar de um certo e determinado item. Portanto, dirigi-me à prateleira onde se encontrava o item, peguei no item e dirigi-me para a caixa (sim, é possível, após anos de prática e um estágio na Suíça, precisar de um item de um supermercado e comprar apenas esse item).
Alguns supermercados disponibilizam uma caixa para quem tem menos de 10 unidades, e uma vez até estive num que tinha daquelas com auto-serviço. Desistiram, porque precisavam de mais funcionários a apoiar os clientes que tentavam usar essas caixas do que os que usariam em caixas tradicionais.
De modo que me dirijo para a caixa com menos gente, com o meu item. À minha frente um casal árabe, quarentões, transfere para o tapete da caixa o conteúdo de dois carrinhos dois, cheios, e a senhora ainda regressa aos corredores para o “já agora” de última hora.
Já o processo de registo era iniciado, e o senhor repara em mim, e no meu solitário item:
- É só esse item? Dá cá, eu registo com as minhas compras, escusas de estar tanto tempo à espera.
- Não, ora essa, eu aguardo, não se incomode.
- Eu insisto, eu registo com as minhas coisas e pagas-me o valor do item.
- Não vai dar, não tenho aqui a carteira, vou pagar com o Apple coisa.
- Não seja por isso, quanto é que isso custa?
- Pois, são só 3 Riais.
- Eu pago, não se fala mais nisso, não vais ficar aí à espera que acabe de registar e pagar dois carrinhos dois, só por causa de 3 Riais.
Este diálogo não ocorreu ipsis verbis, mas foi basicamente isto.
É gente bem simpática, sim senhor.