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Gare do Oriente, Médio

Dois arquitectos portugueses emigram para o Reino da Arábia Saudita. Um escreve (às vezes também esquiça), outro fotografa.

Gare do Oriente, Médio

Dois arquitectos portugueses emigram para o Reino da Arábia Saudita. Um escreve (às vezes também esquiça), outro fotografa.

Onde é que nós íamos? Pois, após tanto esforço, parece que a coisa iria ficar adiada por um ano. No entanto, uma vez que agora estamos a lidar com uma empresa, também apreciam facturar (embora isso aqui nem sempre queira dizer muita coisa), foi mais fácil solucionar, tiveram em conta a data da emissão da licença portuguesa.

E então lá estou eu no Sábado, capacete e luvas trazidas de Portugal, blusão gentilmente cedido por um compatriota.

Tens um visto de saída/reentrada válido?

Pronto, calhou cocó. De acordo com políticas internas, expatriados detentores de vistos saída/reentrada não podem alugar viaturas (acho que já tinha falado nisso nalguma publicação anterior). Senhor, dai-me paciência e um paninho para a embrulhar.

Mas uma vez mais, um pouco de boa vontade e a coisa lá se resolveu, foi o último contratempo. Entretanto, é quase uma da tarde, estão mais de 30º. O capacete é ventilado, o blusão também, portanto, parado no semáforo temos sauna, em andamento já fica fresquinho.

Finalmente na estrada, fora da cidade, não é muito diferente de circular em Portugal, partir sempre do princípio que somos invisíveis para os enlatados.

Escolhi para primeira vez uma Harley-Davidson Lowrider ST. É uma marca muito popular por estes lados, sobretudo entre moços de espírito rebelde, tipo directores comerciais ou gestores de projecto de meia idade.

O binário é muito bom, sim senhora, são mais de 1900cc em 2 cilindros. Com refrigeração a ar, o que se torna um pouco desconfortável neste clima, sobretudo quando se pára nos semáforos, dá para grelhar um frango entre o vermelho e o verde da rotunda do globo. Já a posição de condução faz pensar que na Harley ergonomia quer dizer levantar a nomia. Ou outra patetice do género. Não apreciei.

O que ainda não há por aqui são concentrações. Suponho que a malta das motas juntar-se para confraternizar a beber sumo de romã enquanto assiste ao concurso miss abaya molhada não seja muito apelativo. Quem sabe, mais uns anos e lá teremos a Concentração de Jidá, com cerveja e tudo, e concertos com bandas de rock com sucesso moderado nos anos 70/80, com um dos membros originais ainda vivo.

Vive para andar de mota, anda de mota para viver. Isto em americano soa melhor.

 

Os homens não crescem, apenas escolhem brinquedos mais caros. 

É o que dizem as más línguas. 
E vai daí que talvez não estejam assim tão erradas. 
A combinação the adultos com liberdade  financeira e gasolina barata fazem deste país um parque de diversões para os apaixonados dos motores. 
Confesso a minha paixão automóvel e a junção com a fotografia serão talvez o meu passatempo favorito.
Em Riade as tardes calmas de sexta feira são o palco do encontro semanal de felizes proprietários que partilham com os comuns mortais as suas preciosidades. E essa passou a ser minha igreja semanal. 

 

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